terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Forúm Social Mundial

Há um mês lançamos com êxito, graças à ajuda substancial do BASA, a OPERAÇÃO MOGNO em função do FUNDO DEMA, em prol dos movimentos sociais que estão fortalecendo o desenvolvimento sustentável na Amazônia, especialmente na região Altamira/Xingu. 

Só para lembrá-lo, esta operação tem o seu ponto de partida na decisão judicial, recomendada pelo Ministério Público Federal, de doar os lotes de mogno apreendidos na região de Altamira, doação esta efetuada no dia 18 de junho de 2003, em Brasília, pelo MMA/IBAMA, em favor da FASE.

Estamos agora diante do desafio de comercializar este mogno ANTES DE 15 DE NOVEMBRO DE 2003, quando entrará em vigor o stop internacional para a sua comercialização, já que foi considerada uma espécie em extinção.

Índios e especialistas discutem impacto de Belo Monte

Índios, autoridades, especialistas e ativistas estarão reunidos na UnB na segunda-feira, 7 de fevereiro, para discutir o impacto da construção da usina de Belo Monte nas terras próximas ao rio Xingu, onde habitam povos indígenas. O seminário Belo Monte e a Questão Indígena acontece no auditório do Memorial Darcy Ribeiro, próximo ao prédio da Reitoria. Haverá transmissão ao vivo pela UnBTV.
“Esperamos que o governo volte atrás e pense em uma maneira alternativa para gerar energia”, afirma o professor Stephen Baines, do Departamento de Antropologia. Ele será o coordenador da mesa Perspectivas sobre Belo Monte: indígena, dos movimentos sociais e de especialistas.
Stephen estima que a construção da usina afete todos os afluentes do Rio Xingu. “Apenas uma hidrelétrica não abastecerá o que foi programado. Eles precisarão construir mais cinco barragens de apoio para controlar o fluxo das águas. Naquela região, a seca é muito intensa”, afirma Stephen.
O cacique Raoni, líder kayapó metyktire, também participará dos debates. Ele não concorda com a construção da Belo Monte e avisa: "eu vou brigar". O cacique teme que os povos da região morram por não terem o que comer. “O governo não pensa em nós. Todo mundo vai morrer.”
Para Stephen, o governo deveria optar por medidas mais eficientes, como investir no sistema hidrelétrico que já existe e também em energia solar. “Não acho que seja tarde. Acredito que o governo ainda possa voltar atrás”, afirma. A usina de Belo Monte será construída no baixo rio Xingu, no estado do Pará. A estimativa é que serão gastos cerca de R$ 20 bilhões. A hidrelétrica deve começar a gerar energia em 2015.
Gustavo Lins Ribeiro, diretor do Instituto de Ciências Sociais, também acredita que o governo vá recuar. "Para um governo que se diz sensível às demandas sociais, essa seria a hora apropriada para mostrar isso", disse. "Mas nós sabemos que um projeto de bilhões envolve muitos interesses." Ele afirma que a construção da Belo Monte é um desastre ambiental e social anunciado. "Vai faltar pesca e acabar com o prinicipal meio de transporte das populações num trecho de 100 quilômetros."
Bela Feldman-Bianco, diretora da Associação Brasileira de Antropologia explica que a usina de Belo Monte irá afetar diretamente o meio ambiente e a organização dos povos nativos. “Não pensaram na relação do índio com seu habitat”, questiona. “Eu sou a favor do desenvolvimento com sustentabilidade, mas pelo o que os especialistas dizem, não é o caso da usina”, completa.
Em setembro de 2009, 26 especialistas de diferentes instituições de ensino e pesquisa elaboraram uma análise sobre o Estudo de Impacto Ambiental para a construção da Usina Belo Monte. No relatório, entenderam que pelo menos 12 comunidades indígenas serão afetadas. Além disso, famílias ribeirinhas também serão desalojadas.